O recente incidente envolvendo o Jornal Taboão em Foco e a Máxima Assessoria de Imprensa é um lembrete vívido da importância do jornalismo local, independente, além de ressaltar o impacto e a necessidade de tratamento digno aos jornalistas.
Embora a autora do ocorrido e a Máxima Assessoria de Imprensa tenham reconhecido seu erro, não se pode abafar o comportamento desrespeitoso que ocorreu. Principalmente, porque este incidente não é um caso isolado.
Como já noticiado pela tab_jornalimo em maio de 2023, a partir do relatório da Thomson Reuters Institute, o cenário para o trabalho jornalístico tem sido minado nos últimos anos, seja por ataques físicos diretos, seja pelas ofensas verbais e desrespeito aos profissionais de imprensa.
Em pesquisa divulgada no ano passado, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI) apontou para um aumento de 328% no número de ataques à jornalistas entre 2019 e 2022, indo de 130 para 557 ataques, respectivamente, dos quais o Sudeste representa 40,6% (226 casos) desses casos.
Violências verbais, como a ocorrida com jornalista do Taboão em Foco, são as mais comuns, segundo o relatório da ABRAJI, com 341 casos nos país, em 2022.
Dentre esse tipo de ofência, a mais comum é o “discurso estigmatizante”, isto é, “manifestações públicas de violência verbal que surgem com a intenção de descredibilizar e desmoralizar jornalistas e outros trabalhadores da imprensa“, de acordo com relatório.
Há de se apontar, também, o gênero da jornalista, já que em nova publicação desse ano sobre violência contra as profissionais jornalistas, a ABRAJI também identificou crescimento de ataques explícitos de gênero e/ou agressões direcionadas a mulheres jornalistas, totalizando 145 casos em 2022, 13,1% de aumento em comparação a 2021, em que houve 119 ataques.
Enquanto jornalistas e veículos locais, comprometidos com levar informação qualificada aos cidadãos taboanenses, não podemos permitir que isso se torne a norma.
Hoje, expressamos nossa solidariedade ao Jornal Taboão em Foco e à jornalista Samara Matos e reiteramos a necessidade do respeito à atividade jornalísitca na cidade.
Defenderemos a importância e relevância do jornalismo local independente e, ao mesmo tempo, condenamos qualquer forma de desrespeito ou hostilidade direcionada aos profissionais da mídia.
Nossa cidade e nossa sociedade dependem de um jornalismo saudável e vibrante. É nosso dever proteger e apoiar aqueles que estão na linha de frente..